Afinal, o que é uma análise?
- Laís Comini
- 24 de fev. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de abr.

Um processo de análise não se compromete a resolver problemas. Um psicólogo, seja por qual linha teorica se orientar, não é capaz de resolver os problemas de seus pacientes. Estejam cientes disso. Para quê serve então, uma análise? Bom, primeiramente, devo dizer que um processo de análise não é algo mágico, não traz resoluções imediatas e pontuais. Além disso, a profissional que te acompanhar nesse processo, não é dotada de dons místicos e misteriosos de cura, que a fazem capaz de resolver todos os seus conflitos. Se um psicólogo te oferecer esse tipo de serviço, se atente.
Em um processo de análise, é importante que o analisando se comprometa consigo mesmo e com sua caminhada terapêutica. Em colaboração transferencial, o analista se coloca na posição de escuta, se atentando para os elementos inconscientes que vão surgindo na fala. E é diante dessa parceria entre a fala livre do analisando e a escuta atenta da psicanalista, que ambos fazem uma "psic-análise" dos conflitos, dos afetos, das questões que norteam a queixa trazida, podendo então, o analisando, se dar conta da parte que é responsável sobre a queixa que reclama.
Vejam, se dar conta dessa responsabilidade sobre a queixa, é uma desobstrução de muitas possibilidades de lidar com a realidade. Abre espaço para a circulação da palavra, para a mudança de posição diante dos conflitos. Antes como alguém que sempre localiza uma 'culpa no outro', para agora poder flexibilizar essa visão, podendo assumir também seus desejos. O analisando pode se movimentar melhor psiquicamente, e apesar de não poder assegurar que isso vá resolver algum problema, concordam que é melhor se movimentar num espaço mais aberto do que em um quartinho fechado?
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